Carros elétricos: montadoras recuam e apostam em flexibilidade

À medida que o caminho para a eletrificação se torna mais incerto, as montadoras estão mudando suas prioridades. Em vez de focar exclusivamente em veículos de emissão zero, elas estão diversificando suas ofertas para incluir motores a gasolina, híbridos e elétricos, em resposta à demanda mais fraca do que o esperado por veículos elétricos (EVs) e possíveis mudanças de política no governo dos EUA.

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Segundo Sam Fiorani, vice-presidente de previsão global de veículos da AutoForecast Solutions, “ter essa flexibilidade será muito importante” na próxima década. Embora a transição para EVs continue, as montadoras reconhecem a importância de atender consumidores que ainda preferem veículos com motor a combustão interna.

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Bob Nelson, vice-presidente executivo da American Honda Motor Co., destacou que a mudança para a eletrificação é transformadora para o setor. “Ainda acreditamos na tecnologia. … É uma maratona, não uma corrida de velocidade, e ainda estamos otimistas em nosso caminho para o futuro”, afirmou durante a inauguração da rede de carregamento Ionna, uma joint venture de oito grandes montadoras.

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A flexibilidade de fabricação é um pilar da estratégia da Honda, permitindo a produção de EVs e veículos a gasolina na mesma linha de montagem de forma eficiente. Nelson reforça: “Acreditamos que é importante nos adaptarmos ao mercado à medida que avançamos”.

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Essa abordagem é compartilhada por diversas montadoras. A Kia, por exemplo, comercializa veículos movidos a gasolina, híbridos convencionais, híbridos plug-in e elétricos, oferecendo soluções adaptadas às necessidades dos clientes. “Não é a maneira menos dispendiosa de abordar o mercado”, admite Orth Hedrick, diretor executivo de gerenciamento de produtos automotivos da Kia.

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O número de fábricas capazes de produzir veículos com três tipos de propulsão — combustão interna, híbridos e elétricos — deve quase dobrar, passando de 11 em 2023 para 21 em 2029, segundo a S&P Global Mobility. Embora a eficiência seja maior com um único tipo de veículo por linha de montagem, a demanda do consumidor dita a necessidade dessa flexibilidade.

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“Manter a flexibilidade hoje é fundamental para a lucratividade dessas empresas”, destaca Fiorani. A maioria das montadoras concorda que a demanda do consumidor influencia mais seus planos para EVs do que mudanças regulatórias ou incentivos federais.

Shawn Domeracki, vice-presidente de vendas da Lexus, afirma: “A melhor tecnologia sempre vence. Nosso objetivo sempre é reduzir o máximo de carbono o mais rápido possível”. Isso inclui o uso de híbridos, EVs e, futuramente, células de combustível de hidrogênio.

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Apesar das incertezas, as montadoras continuam investindo no ecossistema de EVs. Estão desenvolvendo cadeias de suprimentos domésticas para baterias e expandindo a infraestrutura de carregamento público. A rede Ionna, formada por BMW, GM, Honda, Hyundai, Kia, Mercedes-Benz, Stellantis e Toyota, pretende instalar 30.000 carregadores até 2030.

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“Todos nós temos um grande portfólio de linhas de carros [elétricos] pela frente”, diz Nico Dettmer, COO da Mercedes-Benz Charging Solutions. “Precisamos de carregadores — muitos deles”.

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Essa flexibilidade estratégica reflete a necessidade de equilibrar inovação tecnológica, demanda do consumidor e adaptação a um mercado em constante evolução.

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Fonte:[Auto News]

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